quarta-feira, 25 de setembro de 2013

É Simples o que quero, mas não consigo com simplicidade.

Casa do Jeca - Vida Caipira Simples.

Cheguei à conclusão, que ando contradizendo-me constantemente;
Gosto da simplicidade, mas não sei ser simples, talvez até saiba! Mas não consigo, ou não quero, ou até queira, mas precise de um pontapé para dar inicio ao que me agrada.
Indaiatuba me remete a simplicidade que falo, e que me faz bem, e fez muito bem.
Recordo-me dos dias ensolarados com milk-shake barato, com sua gama de 42 sabores, em uma sorveteria de esquina, regada de gente simpática, era motivo de foto, era motivo de reunir os irmãos e sairmos para andar no centrinho da cidade.
Lembro-me dos finais de semana, onde nossa meta era faxinar aquela enorme casa, onde se tinha grandes espaços, mas pouquíssimos móveis, eram três quartos mas, apenas UM era o suficiente para agregar todos, com seus utensílios;
 nossos livros, nossos CD’s, nossas camas, nossas vestes;
 E aquela cozinha enorme, mas que aquele armário improvisado era a suficiência em pessoa, aquela mesa branca, com apenas 04 cadeiras, comportava todos nós, se houvesse visita, a cadeira da varanda, vinha para dentro, era tudo simples e grandioso, e percebo hoje a felicidade que isso me proporcionava.
Todos devem se recordar com carinho de Cardeal, pequena cidade, que era composta praticamente por uma única esquina, onde se encontrava tudo;
 A igreja, o Bar (sempre um ao lado do outro, lado engraçado da vida), a padaria, o mercado do delegado da cidade, a delegacia ao lado, e alguns metros depois, um lindo rio, farto de peixes, tal qual tentamos varias vezes pega-los, mas nunca obtivemos êxito, derrepente por que ele lá era o lugar deles, e não deveriam fazer parte do nosso cardápio do dia.
À volta pra casa era sempre  de alegria, alguns milhos do milharal da cidade, algumas mangas do “vizinho”.
Saudade da simplicidade que tive o privilégio de viver, das voltas á noite pela cidade, com um celta bravo, que nunca nos deixava na mão, da vaquinha pro supermercado e pra pizza de sexta, saudade da Mel.
Saudade de tudo isso... Daquela fogueira que servia para nos aquecer no inverno, das conversas que rolavam em volta, das cervejas e do vinho que contribuíam no aquecimento para os dias frios a céu aberto, das histórias do grande Téo, a experiência em pessoa, a recordação dos momentos em família, e algumas  recordação dos amigos.

A vida e as pessoas são feitas e moldadas por momentos, passei e me moldei por um momento único, tal qual um dia almejo viver novamente.

Fragilidade da Vida


A vida em sua fragilidade nos tira quem amamos;
É triste e escurecedor a noticia de partida de alguém, próximo, ou não tão próximo, fico particularmente desolada, recuada e triste.
Não consigo aceitar a morte, consigo entendê-la, e sei que é a única certeza que a vida nos deixa.
Mas quando a presencio de perto, me encho de perguntas, de por quês;
Contudo, com todos os sentimentos de dúvida, e até de certezas.
Chego sempre à mesma conclusão...
Devemos infinitamente aproveitar quem amamos, devemos, e sim devemos, por que é questão de dever.
Devemos amar de verdade, sem meio termo, devemos ser seres humanos por completo, humildes, justos, e honestos.
Devemos aproveitar a cada instante com alma pura, e desses momentos sempre levarmos ensinamentos.
Não podemos deixar partir quem amamos, sem ter feito quase tudo o que desejamos para eles, e se possível fazer TUDO, façam;
Plante o bem, seja energicamente bom... Cuide de você mentalmente, fisicamente, e espiritualmente, se ame.

E viva... Viva com intensidade nos olhos.
Precisamos de mais brilho nos olhos, o fosco é moda somente para carros.

terça-feira, 19 de junho de 2012

E há como fugir?


É um prazer falar de algo que diz respeito a vós, algo sobre a vossa situação, em especial o vosso ambiente ou circunstâncias neste mundo, nesta cidade, o que está aí, se é necessário que seja tão ruim quanto é, se pode ou não ser melhorado. Tenho viajado muito por aí, e em toda parte, lojas, escritórios e campos, os habitantes me parecem estar fazendo penitência de mil maneiras extraordinárias. O que ouvi dizer dos brâmanes sentados entre quatro fogos a encarar o sol, ou suspensos de cabeças para baixo sobre as chamas, ou fitando os céus por cima dos ombros "até que se tornasse impossível retomarem suas posturas normais, enquanto devido à torção do pescoço só líquidos podiam entrar no estômago"; ou morando ao pé de uma árvore algemados para sempre; ou feito lagartas, medindo com seus corpos a extensão de vastos impérios; ou ainda erguendo-se sobre uma perna no alto de pilares - mesmo essas formas de penitência intencional a custo não são mais inacreditáveis e estarrecedoras do que as cenas que presencio diariamente. Os doze trabalhos de Hércules eram ninharias comparados com os que vizinhos meus têm empreendido, porque aqueles eram apenas doze e tiveram um fim, ao passo que eu nunca pude ver esses homens matarem ou capturarem monstro algum, nem sequer acabarem qualquer trabalho.

Vejo rapazes, concidadãos meus, cuja má sorte é terem herdado casas, fazendas, celeiro, gado e instrumentos agrícolas, porque essas coisas são muito mais facilmente adquirdas do que descartadas. Melhor seria se tivessem nascido em pasto aberto e sido amamentados por uma loba a fim de que pudessem enxergar melhor a terra a que foram chamados a cultivar. Quem os fez servos do solo? Por que comeriam de seus sessenta acres quando o homem está condenado a comer apenas a porção de seu barro? Por que começariam a cavar seus túmulos logo que nascem? Têm é que viver a vida, deixando todas essas coisas para trás e serem o melhor que puderem. Quem nada possui não luta contra os encargos desnecessários herdados e já considera bastante a tarefa de cultivar seu quinhão de carne.

Contudo os homens trabalham à sombra de um erro, lançando ao solo como adubo o que têm de melhor. Por uma sina ilusória, vulgarmente chamada necessidade, desgastam-se, como se diz num velho livro, a amontoar tesouros que a traça e a ferrugem estragarão e que surgem ladrões para roubar. É uma vida de imbecis, como perceberão ao fim dela, se não antes.

Henry David Thoreau

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Civilization

Desde que a humanidade entrou no período de civilização, tão longe quanto a memória alcança, o povo reza e paga. Ele reza por seus príncipes, por seus magistrados, por seus exploradores e parasitas. Ele reza, como Jesus Cristo, por seus carrascos. Ele reza até mesmo por aqueles que deveriam rezar por ele. E depois ele paga para aqueles por quem reza. Ele paga o governo, a justiça, a polícia, a igreja, a nobreza, a coroa, a renda, o proprietário. Ele paga por seus passos, para ir e vir, para comprar e vender, para beber, comer, respirar, aquecer-se ao sol, nascer e morrer. E implora-lhe o céu para dar-lhe, abençoando o seu trabalho, meios com que pagar cada vez mais. O povo nunca fez outra coisa senão rezar e pagar.

Pierre -

segunda-feira, 4 de abril de 2011

É preciso escolher

Eu tinha visto coisas demais suspeitas para estar feliz. Eu sabia demais e não sabia o suficiente. O que é pior é que a gente fica pensando como que no dia seguinte vai encontrar força suficiente para continuar a fazer o que fizemos na véspera e já há tanto tempo, onde é que encontraremos força para essas providências imbecis, esses mil projetos que não levam a nada, essas tentativas de sair da opressiva necessidade, tentativas que sempre abortam, e todas elas para que a gente se convença uma vez mais que o destino é invencível, que é preciso cair bem embaixo da muralha, toda noite, com a angústia desse dia seguinte, sempre mais precário, mais sórdido. É a idade também que está chegando talvez, a traidora, e nos ameaça com o pior. Já não temos música dentro de nós para fazer a vida dançar, é isso. Toda a juventude já foi morrer no fim do mundo no silêncio de verdade. E aonde ir lá fora, pergunto a vocês, quando não temos mais em nós a soma suficiente de delírio? A verdade é uma agonia que não acaba. A verdade deste mundo é a morte. É preciso escolher, morrer ou mentir.

Louis-Ferdinand

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Coisa


De fato algumas pessoas possuem um verdadeiro reflexo de submissão, um medo irracional da liberdade, um masoquismo visível em toda parte da vida cotidiana. Com que amarga facilidade se abandona um desejo, uma paixão, a parte essencial de si. Com que passividade, com que inércia se aceita viver por uma coisa qualquer, agir por qualquer coisa, com a palavra "coisa" arrastando por toda parte seu peso morto. Uma vez que é difícil ser si mesmo, adbica-se o mais rápido possível, ao primeiro pretexto: o amor pelos filhos, pela leitura, pela alcachofra. Nosso desejo de cura apaga-se sob tal generalidade abstrata da doença

O que faz um mundo pior?